quinta-feira, 19 de junho de 2008

Escuta. Só me escuta.
Escuta a minha respiração, escuta o barulho do silêncio, escuta as batidas do meu coração. Escuta.
Escuta o vento soprando nos ouvidos, escuta o barulho do mar, escuta o canto dos pássaros, escuta os sinos, escuta o zumbido. Escuta.

Imagina. Só me imagina.
Imagina os meus carinhos, imagina o meu toque, imagina minhas mãos, imagina o meu abraço, imagina os meus olhos. Imagina.
Imagina e escuta. Imagina a areia, escuta o mar, imagina o vento, escuta a chuva, imagina a razão, escuta o coração. Imagina.

Sente. Só me sente.
Sente a minha pele, sente o meu presente, sente a água escorrendo, sente o cheiro do perfume, sente o amor, sente você, sente eu. Sente.
Sente o gosto doce, o amargo, o azedo, o salgado, sente as flores, sente o frio, sente o calor, sente... sente... sente o amor. Sente.

Escuta. Imagina. Sente. Só isso.

domingo, 15 de junho de 2008

Long neck de índio

Ela de calça folgada, blusinha colada e o reggae na cabeça. Em uma noite de verão (ou seria inverno?), nada melhor do que uma farrinha. Encontra os amigos, se diverte, dança e brinca. Mas falta algo mais, aquele algo mais.
Preocupação sim. É a hora que ela sai correndo subitamente, afundando os pés na lama até os joelhos só pra socorrer aquele amigo, aquele amigo que precisa de você ali do lado, mas que ao mesmo tempo, ele não quer estar perto de ninguém. Ela o observa de longe e logo a preocupação se vai. Conversas, abraços e o carinho dos amigos percorrem o corpo fazendo com que ela se sinta amada, todo mundo precisa disso.
Encontra alguém e conversa, ri, gagueja. Ele toma um gole da sua cerveja de latinha e fala sobre long neck. Mais um gole e mais outro. Gagueja. Faz barulhinho de índio.
Hora de ir, ela se despede de todos.
-Depois eu me despeço melhor.
E aí ela saí com um gostinho amargo na boca e perdida em pensamentos.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Sorte (azar) no amor.

Ah, preguiça de ir pra escola. Mas eu tenho que ir, mas porque eu tenho que ir? Uma chuva tão boa, friozinho, eu debaixo do edredom, não vou.
Minha mãe entra no quarto e me acorda.
É, eu vou mesmo atrasada. Putz, muuito atrasada, nao entro mais.

Fico de um lado pro outro com a minha mãe, consigo um emprego e volto pra casa meio-dia me sentindo mal por nao ter ido à escola e com o coração acelerado.

Uma e quinze da tarde toca o celular.

-Onde você está?
-Em casa.
-Poxa, vim aqui na sua escola só pra te ver.

Então o sentimento de culpa aumenta e eu entendo o porquê do meu coração ter acelerado por nada (ou por tudo).

domingo, 8 de junho de 2008

Lembranças com um pouco de menta

Eu entrei na sala de número oito e logo vi que não era ali, ao tocar as paredes pude sentir a textura diferente, o cheiro não era o mesmo, saí da sala, então.Fiquei desapontada, mas ao passar pela porta de número nove, senti alguma coisa me puxando naquela direção. Entrei na sala com o coração acelerado, talvez sabendo o que iria lembrar. Pude sentir naquela sala um perfume que me lembrava muito aquele dia, o toque aveludado das paredes continuava o mesmo e aquelas poltronas confortáveis me deixava extremamente à vontade, como se eu fosse até lá todos os dias.Me sentei em uma poltrona e comecei a me lembrar das coisas que aconteceram naquela sala, tudo começou a passar na minha cabeça como um filme. Uma sensação de alívio tomou conta de mim e mais do que nunca pude sentir coisa que eu pensava ter esquecido, o toque em minhas mãos e o sabor em minha boca voltaram e eu tive a sensação de que a pessoa que estava ao meu lado no dia, estava comigo naquele momento.Estava tudo tão perfeito que era como se eu tivesse entrado em uma máquina do tempo e estava finalmente revivendo tudo aquilo de novo.O gosto de menta ia ficando mais forte na minha boca, enquanto o projetor era ligado, as luzes iam se apagando e o filme ia começando, entretendo a todas as pessoas que ali estavam presentes.Durante o filme, coisas iam passando na minha mente e eu acabei, como sempre, abandonada nos meus profundos sentimentos.
Hoje, não importa o que eu fiz ontem. Só importa o que eu faço agora e o que eu vou fazer amanhã.



Isso é pra quem me critica por atitudes que eu tomei.